Palavras, meras palavras... já tenho dito a meu jeito
Nestes versinhos que faço,meio sem jeito e preceito.
Contam mais os sentimentos que trago no coração,
Porque as palavras são fáceis, mas o sentimento... não!
Quisera compreender, entender um bocadinho...
Porque pensa tanta gente, poder caminhar sozinho.
Rosinda
Afasto de mim os anjos negros,
Espalho rosas sem espinhos de perfume e paz
Já não sei ter raiva, escondi meus medos
E se vais de novo casar... tanto me faz.
Penso porém, porque descuras-te a tua rosa
Jamais terás jardim tão perfumado
Ou suave cama de pétalas macias...
Terás talvez a sorte de seres amado,
Mas lembrarás de mim nas noites frias...
Sei que jamais serás feliz
Oiço-te falar... tão inseguro e triste
Ela terá aquilo que eu não quis...
Por saber que para ti, Amor ... não existe!
Porque acredito que de retorno temos,
O bem ou o mal que fazemos...
Desejo-te felicidade infinita
E que nunca sintas a desdita...
De te sentires coisa , em vez de gente,
sofro ainda , minha alma sente
Mas não te desejo igual tormento,
Deixo aqui o meu perdão,
Com amizade estendo a mão,
Tamanho foi meu sentimento.
Rosinda
Sonhando à luz do luar
Sonhos que não tem idade...
Olho-te assombrada,
pela penumbra resguardada
Já perdi a mocidade...
Mas não deixo de sonhar...
Cada marca em meu rosto
São muitos luares de Agosto...
São noites de amor profundo,
Como se acabasse o mundo...
São histórias para contar
Neste meu desabafar...
Vivi, amei, sofri...
mas não deixo de Sonhar...
Rosinda
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.
José Régio
Deixa-me voar... bem perto do céu
Quero ver um arco-íris de perto,
Não quero saber se é o certo
Não... não digas, o mundo não é só teu...
Aquele arco-íris pode ser meu...
E o mar quando me embala,
com as ondas a bater...
Parece estar a dizer... voa... vai...
E depois ouço a lua que está lá longe brilhando...
Que fazes? Anda... o tempo está a passar...
Não ouvis-te a voz do mar?
E vem a longa madrugada...
Sorrateira mui calada,
só ela não me diz nada.
Rompe o sol pela manhã e diz:
A tua espera é vã... vá...! Toca a caminhar...
Assim tu não és feliz...
Que te impede de voar?
Meio a medo, dei um passo...
Trémula de comoção...
Á Esperança dei um abraço,
Vou voar, livre no sonho...
Que me enche o coração...
Lá longe... vejo muitas cores!
Deve ser o arco-íris , o meu...
Sinto o cheiro de flores,
no sonho de meus amores...
Estou tão pertinho do céu...
Rosinda
Olha para o teu coração
e se vires sofrer alguém...
escuta-o com atenção,
pergunta-lhe o que tem...
se puderes estende-lhe a mão...
Mas... nunca lhe digas... eu fiz!
não o vais deixar feliz.
Dá amor ou amizade... de verdade!
Não esperes ser recompensado,
tives-te já recompensa...
De Deus... por teres ajudado.
É assim o meu pensar...
Perdoa, ama, ajuda...
Esquece os bens materiais...
Não há dinheiro que valha,
ao sofrimento demais.
Rosinda
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