Cheguei, cansada da viagem
Caminhos por onde andei desconhecia...
Mas não me faltou coragem,
E sei que sigo viagem,
Não pararei nem um dia...
Mas agora estou cansada,
Vou fechar os olhos , recostar a cabeça...
Mas logo que o dia amanheça,
Continua a caminhada...
E só pararei um dia, calmamente...
Nesse dia será diferente,
Esse meu adormecer...
Eu pararei de aprender,
Minha estrada percorrida...
Morrerei eu sem saber,
O que faço nesta vida...
Rosinda
Era um dia de Outono, igual a outro qualquer....
Perto da janela, numa cadeira a balouçar,
A sala estava escura... mas era de certeza uma mulher.
No silêncio absoluto ouvia-se um suave respirar
caíam-lhe lágrimas no rosto... Estava a chorar...
Um chorar doce e sem ruído, sossegado...
Como se a chorar não estivesse...
Numa mão o cigarro apagado...
Na outra um livro... Como se lesse.
Mas balouçava apenas a cadeira...
O olhar perdido algures, era triste...
Como o de quem viveu a vida inteira,
À procura de alguém que não existe.
Aproximei-me e num relógio reparei...
Os ponteiro rolavam bem depressa...
Como se o tempo quisesse acabar...não sei...
Tinha um rosto sereno...
Estava inerte aquele corpo...Não...
Apenas adormeceu... e numa lágrima eu vi, não sonhei...
A forma de um coração,
E umas letrinhas que diziam; AMEI...
Rosinda