Nunca fui capaz de fazer um poema para ti.
Descrever-te ... não sou capaz.
Porque por tua causa tanto sofri...
Mas é passado que ficou para trás.
Hoje és diferente, amansou-te a vida,
evoluis-te na tua caminhada,
és agora uma pessoa mais querida,
agora quando o tempo já não conta nada.
Penso eu neste divagar...
do primeiro poema que te faço,
Que de ti não consigo falar...
Só quero meu pai dar-te um abraço.
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Rosinda
(poema ao meu pai que festeja hoje 82 anos)
Sonhei-te... e eras bela, vida!
Porque acordei um dia...
Desse sonho lindo,
Onde eu amava e era querida...
Quisera dormir a vida inteira,
Dormir em sono bem profundo...
A sentir em mim esta barreira
Que me faz não gostar do mundo...
Fecho-me no silêncio das palavras,
Soltas de minha alma a soluçar...
Em novas mas negras alvoradas,
Em que o dia tarda em chegar...
Vazio tão profundo, há em mim,
Instalou-se dentro do meu peito...
Um desapontamento sem ter fim,
Da vida que não quero deste jeito.
Rosinda